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O que é pesca probatória, argumento da defesa de Bolsonaro contra denúncia de golpe de Estado

Defesa alega que Polícia Federal utilizou de quebras de sigilo para tentar “pescar” provas ao longo da investigação; prática é vista como ilegal pelo STF

09/03/2025 às 07h54
Por: Redação Fonte: ND+
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Prática de pesca probatória é ilegal, diz a jurisprudência do STF – Foto: STF/SCO
Prática de pesca probatória é ilegal, diz a jurisprudência do STF – Foto: STF/SCO

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou, na última quinta-feira (6), sua defesa contra a denúncia da PGR sobre o plano de golpe de Estado. Na manifestação, ele alegou ser vítima de Fishing expedition, ou “pesca probatória”. A prática teria sido feita pela Polícia Federal e é vista como ilegal pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Fishing expedition ou pescaria probatória é conceito muito presente nas investigações em todo o mundo.

É simples como a própria nomenclatura: como na pescaria, os órgãos de investigação lançam sua vara no rio, sem saber o que virá. Qualquer peixe servirá. No meio jurídico, os órgãos de investigação devassam a intimidade do cidadão sem ter qualquer escopo de investigação, sem qualquer fundamento para tanto. Apenas para fisgar um crime.

Segundo a defesa do ex-presidente, a PF praticou ações ilegais a partir do momento em que solicitou várias quebras de sigilo em investigação anterior ao golpe e que mirava o vazamento de um inquérito sigiloso sobre um ataque hacker aos sistemas do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Para obter informações sobre Bolsonaro, a investigação teria praticado a pesca probatória, quebrando sigilos para mirar informações diferentes das quais eram alvo da apuração inicial.

Pesca probatória é ilegal pela jurisprudência do STF

A pesca probatória consiste em uma busca genérica ou sem fundamento específico, a partir da quebra de sigilos ou levantamento de informações, que não necessariamente levantem suspeita concreta. A prática é vista como ilegal, conforme a jurisprudência do STF (Supremo Tribunal Federal).

A ação, portanto, seria como se os investigadores jogassem a “rede” para “pescar” algo novo, visto que não há alvo pré-definido. Na argumentação da defesa de Bolsonaro, o foco da investigação era o vazamento do inquérito sobre o ataque hacker ao TSE, mas outras linhas foram abertas.

As novas linhas de investigação, conforme a defesa, tinham outros alvos. Entre eles, estariam o possível desvio de valores do cartão corporativo de Bolsonaro, a falsificação do cartão de vacinação e a que deu origem à apuração do golpe.

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