O prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), foi reeleito neste domingo (27/10) para mais quatro anos de mandato à frente da Prefeitura paulistana, derrotando o candidato do PSol, Guilherme Boulos.
Com mais de 100% das urnas apuradas, Nunes teve 59,35% dos votos, enquanto Boulos somava 40,65%, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A reeleição do emedebista representa uma importante vitória política do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que mergulhou na campanha no momento em que o emedebista se via ameaçado pela candidatura do influenciador Pablo Marçal (PRTB), no primeiro turno, a despeito do distanciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que indicou o agora vice-prefeito eleito, Coronel Mello Araújo (PL).
Por volta das 18h40, Nunes chegou ao clube em Santo Amaro onde sua equipe aguardava para a festa da vitória e comemorou a reeleição dando um abraço em Tarcísio: “Olha o grande vencedor aí”, disse o prefeito ao governador.
Nunes é o terceiro prefeito que consegue se reeleger na história da capital — antes dele, apenas Gilberto Kassab (PSD), em 2008, e Bruno Covas (PSDB), em 2020, conseguiram o feito. Em comum, os três eram vices e assumiram a Prefeitura com a saída dos titulares. No caso de Nunes, ele sucedeu Covas após seu falecimento, em maio de 2021.
Nunes assumiu a Prefeitura, em maio de 2021, prometendo preservar o “legado” de Bruno Covas, embora tenha sido criticado por parte dos tucanos, que o acusaram de fazer o oposto, especialmente após o emedebista se aproximar de Bolsonaro, em 2022. O grupo dissidente acabou lançando a candidatura do apresentador José Luiz Datena, que ficou apenas em quinto lugar no primeiro turno.
Agora, o prefeito reeleito, que anteriormente ocupou dois mandatos como vereador, deverá imprimir seu próprio ritmo à administração, sem a sombra do antecessor, mas com uma pressão para abrir mais espaço na Prefeitura para os aliados do PL de Valdemar Costa Neto, incluindo a ala bolsonarista do partido.
A vitória de Nunes veio após uma campanha pautada por estratégias tradicionais, buscando apoio tanto do eleitorado conservador de centro-direita quanto dos mais radicais da extrema-direita, com o objetivo de garantir o maior tempo possível na propaganda de rádio e TV. O resultado foi uma coligação de 12 partidos, que lhe deram cerca de 65% de todo o horário eleitoral da corrida paulistana.
A eleição foi marcada por intensa troca de acusações, ofensas pessoais e episódios de agressão física, como a cadeirada de Datena em Marçal e o soco dado pelo videomaker do candidato do PRTB no marqueteiro de Nunes, ambos em debates na TV. O clima bélico foi pautado pelo influenciador e contaminou a campanha eleitoral.
Marçal disputava o mesmo eleitorado de Nunes, e ambos apareciam tecnicamente empatados nas pesquisas do primeiro turno, ao lado de Boulos, que tentava crescer entre os apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu principal cabo eleitoral. No segundo turno, porém, ex-coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) sofreu com alto índice de rejeição e teve dificuldades em “furar a bolha” da esquerda.