Após virar notícia por discutir com o ministro Alexandre de Moraes durante depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF) na sexta (23/5), Aldo Rebelo iniciou o sábado (24/5) fazendo publicações nas redes sociais em que critica a Corte e seus ministros.
Rebelo é ex-ministro da Defesa do governo de Dilma Rousseff (PT), foi ministro no primeiro governo de Lula (PT) e militou no PCdoB por quatro décadas, mas recentemente tem se alinhado ao grupo político do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele depôs na ação que apura suposta trama golpista como testemunha de defesa do almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha sob Bolsonaro.
O ex-ministro de Dilma publicou, neste sábado, vídeo em que acusa o STF de exceder suas funções, ao decidir “a escolha de ministros” e “delegados” e ao, supostamente, estar “legislando”.
“O Supremo foi, naturalmente, tomando gosto por arbitrar as disputas dentro do Legislativo”, afirmou Rebelo em um dos vídeos publicados no Instagram.
Aldo Rebelo tem vasta experiência no meio político. Ele iniciou na carreira parlamentar em 1988, ao se eleger como vereador pelo PCdoB. Em 1990 chegou à Câmara dos Deputados, sendo reeleito até 2002.
Ele foi presidente da Câmara dos Deputados de 2005 a 2007. Elegeu-se novamente deputado nas eleições de 2010. Foi ministro de Relações Institucionais de 2004 a 2005, ministro do Esporte de 2011 a 2014 e ministro da Ciência e Tecnologia, a partir de 2015.
O início da carreira política de Rebelo foi marcado por estar ligado mais com a esquerda, porém o parlamentar adotou posições que o afastaram do espectro, pendendo mais para a direita.
Na audiência dessa sexta (23), no STF, Demóstenes perguntou a Rebelo se seria possível a Marinha, comandada por Garnier, dar um golpe sozinha. O advogado de Garnier também citou que, segundo a denúncia, Garnier colocou as tropas à disposição do então presidente da República, Jair Bolsonaro (PL).
Rebelo começou a responder declarando: “Na língua portuguesa, precisamos colocar em consideração a força de expressão. Quando alguém diz ‘estou frito’, não significa que esteja dentro de uma frigideira. Quando alguém diz ‘estou à disposição’, não significa literalmente o que quer dizer’”.
Moraes interveio: “O senhor estava naquela reunião?
Rebelo respondeu: Não?
Moraes retrucou: Então, o senhor não tem condições de avaliar a língua portuguesa naquela ocasião. Atenha-se aos fatos”.
Rebelo retrucou: “A minha avaliação da língua portuguesa é minha”.
Moraes respondeu: “Se não se comportar, será preso por desacato”.
Rebelo: “Estou me comportando”.
Moraes: “Então, responda à pergunta. Responda: sim ou não”.
Rebelo: “Não. Não posso responder sim ou não”.
O advogado, então, partiu para outra pergunta.