A votação de impeachment do presidente do Corinthians, Augusto Melo, no Conselho Deliberativo, foi adiada. A reunião estava agendada para a noite desta quinta-feira, no Parque São Jorge, mas foi remarcada para a próxima segunda-feira.
O adiamento foi confirmado em um documento, assinado pelo presidente do Conselho Deliberativo do clube, Romeu Tuma Júnior, ao qual a Gazeta Esportiva teve acesso.
A reunião foi transferida a pedido do Comando Geral da Polícia Militar e da SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo). Os órgãos entendem que não poderiam oferecer a segurança nesta quinta e pediram para os conselheiros votarem na segunda, quando o Parque São Jorge estará vazio.
Desta maneira, apesar da pressão de alguns torcedores para que a votação fosse adiada, a reunião foi remarcada para a próxima semana visando segurança dos membros do Conselho Deliberativo e da imprensa.
Recentemente, a principal organizada do Corinthians, Gaviões da Fiel, e até mesmo jogadores do elenco alvinegro se mostraram contrário ao processo de impeachment neste momento, já que o time briga por vaga na Pré-Libertadores.
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Votação de impeachment de Augusto
Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, havia marcado a reunião de votação do impeachment de Augusto Melo na última quinta-feira.
Caso a maioria simples no Conselho aprove o impeachment de Augusto, o presidente será afastado imediatamente do cargo, que será assumido de forma temporária por Osmar Stabile, primeiro vice-presidente do clube. A votação no Conselho será secreta.
Além disso, se o Conselho der parecer positivo quanto ao impeachment de Augusto, Romeu terá de definir uma data para a Assembleia Geral, que é a última instância do processo de destituição, com a participação dos associados do clube. Segundo apuração da Gazeta Esportiva, a Assembleia só deve ocorrer em 2025, ainda sem data definida.
Nesse cenário, Augusto permaneceria afastado de suas funções até a divulgação do resultado final da Assembleia Geral. Se os sócios endossarem que ele deve deixar o cargo, o mandatário será definitivamente destituído.
Se o impeachment não passar no Conselho Deliberativo, o caso será encerrado e Augusto Melo continuará normalmente no cargo de presidente. Isso, no entanto, não exclui a possibilidade de um novo processo de afastamento no futuro.
Entenda os motivos
No último dia 12 de agosto, a Comissão de Justiça do Corinthians entregou um relatório para o Conselho Deliberativo a respeito de investigações sobre alguns temas que envolvem a gestão de Augusto, como as negociações com a VaideBet (ex-patrocinadora máster) e a Gazin (empresa de colchões que tem espaço no uniforme de treino).
Posteriormente, Augusto e pessoas que são ou foram ligadas à gestão foram ouvidas pela Comissão de Ética. Além do presidente, Armando Mendonça (segundo vice-presidente), Rozallah Santoro (ex-diretor financeiro), Yun Ki Lee (ex-diretor jurídico), Fernando Perino (ex-integrante do departamento jurídico), Marcelo Mariano (diretor administrativo) e Rubens Gomes (ex-diretor de futebol) foram investigados internamente.
Augusto entregou sua defesa à Comissão de Ética no final de setembro. No dia 26 de agosto, de forma paralela à investigação, um grupo de conselheiros enviou ao Conselho um requerimento que solicita a destituição de Melo.
O documento, de autoria do "Movimento Reconstrução SCCP", conteve mais de 50 assinaturas, número mínimo para que a solicitação fosse apreciada pelo presidente do CD.
O documento pede "tramitação sucinta" e se apega, principalmente, ao Artigo 106, "b" e "d", do Estatuto do clube, além da Lei 14.597/23, referente a nova Lei Geral do Esporte, que dispõe sobre crimes de "Lavagem" ou ocultação de bens.
Art. 106 - São motivos para requerer a destituição do Presidente e/ou dos Vices:
Em 19 páginas que detalham acontecimentos recentes promovidos pela atual gestão, o requerimento se apoia em fundamentos que objetivam apontar eventuais problemas e condutas temerárias da gestão após avaliação dos seguintes casos:
No requerimento, conselheiros afirmam o Corinthians como "vítima de crimes cometidos pelos próprios dirigentes" e ainda reforçam a intenção de se obter para o clube o devido "ressarcimento do prejuízo em razão do pagamento errôneo à malfadada empresa que nunca intermediou a confecção do contrato com a antiga patrocinadora".