A Justiça de Mato Grosso do Sul marcou para 11 de agosto o júri popular do condutor da BMW que matou a técnica de enfermagem, Carla Jaqueline Miranda, de 40 anos, no dia 24 de janeiro deste ano, em Campo Grande. O julgamento será de forma presencial, com cumprimento de medidas de biossegurança. Cabe recurso à decisão.
Ele responde por homicídio qualificado com emprego de perigo comum, recurso que dificultou a defesa da vítima e para assegurar a impunidade de outro crime.
Colisão
Carla Jaqueline tinha acabado de sair da casa de uma amiga e voltava para a residência dela quando a BMW invadiu a pista que ela trafegava e a atingiu. Tudo aconteceu poucos minutos após ela ter falado com a filha pela última vez.
A técnica de enfermagem foi parar a 10 metros do ponto de impacto e a moto dela foi arrastada pelo carro, que só parou ao bater no meio-fio e subir na calçada.
O rapaz, que já tinha 47 passagens pela polícia, foi preso em flagrante. Além de confessar que bebia desde às 15h, o teste de alcoolemia dele apontou embriaguez.
Carla foi enterrada no dia em que a filha completaria 22 anos. Ela tinha ainda outros quatro filhos.
Crimes
Para a acusação, o condutor acelerou o carro e invadiu a pista contrária, atingido a moto pilotada pela vítima, para não ser pego pela polícia pois estava dirigindo embriagado, que é um crime de trânsito. Além disso, não tem habilitação e o veículo estava com documentação irregular.
O MPE entende ainda que ao dirigir "embriagado, com velocidade excessiva, no sentido contrário ao fluxo de direção de via aberta ao passeio e ao tráfego público, realizando ultrapassagem proibida, colocou em risco número indeterminado de pessoas", gerando o perigo comum.
Já o recurso que dificultou a defesa da vítima é porque o condutor estava em desacordo com as normas de trânsito e atingiu a moto que trafegava corretamente pela via, sem que Carla "pudesse se esquivar do choque".