Após instaurar inquérito sobre o duplo feminicídio, ocorrido em Ponta Porã, região sul do estado, nessa terça-feira (4), a Polícia Civil ouviu sete pessoas. Todas elas, segundo afirmou ao G1 a delegada Marianne Souza, responsável pelas investigações, ressaltaram que o suspeito, um empresário de 53 anos, tinha um ciúmes excessivo da ex. Ele ainda não foi localizado.
"Nós instauramos o inquérito aqui na DAM [Delegacia de Atendimento à Mulher] e ouvimos bastante gente, principalmente porque foram dois crimes que ocorreram em plena luz do dia e ainda temos imagens de câmeras. São pessoas que presenciaram o crime e familiares. O que temos, até agora, é que se tratava de um relacionamento conturbado, com indícios de ser abusivo", afirmou ao G1 a delegada Marianne.
Segundo as testemunhas, o ex-casal estava junto há cerca de 3 anos, sendo que, há dois anos, moravam juntos no Paraguai. "Logo depois que ela foi morar com ele ficou grávida segundo as testemunhas. Desde então, as pessoas disseram que eles brigavam, separavam, ela vinha para casa da mãe dela no Brasil e, após uns dias, ele vinha buscá-la, faziam as pazes e voltavam", explicou Souza.
No decorrer do relacionamento, ainda conforme a polícia, o suspeito demonstrou um ciúmes excessivo. "Eles tiveram a última briga no dia 1° de abril deste ano, quando ele teria feito ameaças e agredido a jovem fisicamente. Ela, no entanto, não tinha marcas e veio para o Brasil, acionando a Polícia Militar. Na ocasião, até a orientaram a denunciar o caso no Paraguai e aqui em Ponta Porã, solicitando a medida protetiva", disse a delegada.
No entanto, ainda conforme a polícia, a jovem não esteve em nenhuma delegacia e inclusive teria dito para algumas pessoas que "não queria fazer isso para não piorar a situação".
O suspeito, bem como a arma usada nos crimes, não foi localizado.
Entenda o caso
Segundo a polícia, por volta das 7h (de MS) dessa terça-feira (4), o homem foi até o serviço da ex, uma jovem de 20 anos, e a matou. Em seguida, foi até o serviço da mãe da vítima, onde assassinou a mulher de 39 anos.
No local, houve a informação inicial de que a vítima, que é uma técnica de enfermagem, estava na porta do Hospital Regional (HR) quando o suspeito chegou em uma moto e efetuou disparos. Depois, em menos de cinco minutos, já estava no outro endereço onde cometeu o segundo assassinato.
Assim que soube dos fatos e, como o antigo casal possui um filho de seis meses, houve boatos de que ele poderia matar também a criança, sendo que as equipes saíram em disparada para protegê-lo.